terça-feira, 2 de março de 2010

Matéria publicada no jornal A Página- maio 2008


Fotos: Grupo africano Mizinga agitou a plateia

Representante do Partido Verde de Franca/SP, Angela e o índio Gaspar Xavante



Global Greens a favor da vida na Terra

Os principais temas abordados durante o evento foram o aquecimento global, a crise de alimentos e a libertação de Ingrid Betancourt


Por Cinthia Meibach

A segunda reunião internacional dos partidos e movimentos políticos em defesa da ecologia, Global Greens, foi realizado em São Paulo, no Memorial da América Latina, durante os dias 1 e 4 de maio e contou com a participação de mais de 800 pessoas de 88 países.

Diferente do primeiro encontro dos partidos verdes, em 2001, na Austrália, que foi marcado por protestos, com o objetivo de amenizar o estrago causado pelo aquecimento global e a atual crise de alimentos mundial. A abertura oficial foi feita pelo presidente Nacional do Partido Verde, José Luís Penna, juntamente com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que deu boas vindas aos participantes e falou sobre o projeto cidade limpa, ressaltando a importância da lei de inspeção veicular.

O colombiano Luis Eladio Pérez, ex-prisioneiro libertado pelas as Farc, fez a apresentação de um vídeo dedicado à prisioneira política Ingrid Betancourt, em poder das Farc desde 2002, e contou com o apoio do marido de Ingrid, Juan Carlos Lecompte, que fez um apelo: "O Brasil infelizmente não tem feito muito. Eu queria dizer ao presidente Lula que esta é uma boa hora para se envolver. Seria importante se Lula transmitisse uma mensagem às guerrilhas colombianas e ao governo colombiano, pedindo que retomem as negociações". Na ocasião, Ingrid Betancourt foi eleita presidente de honra dos partidos verdes de todo o mundo.
Todos os representantes mundiais foram unânimes em criticar o biocombustível americano , e o principal programa norte-americano de guerra climática, The High Frequency Active Auroral Reserch Progrom (HAARP), com sede em Gokona, Alaska, que tem capacidade de manipular o clima, tanto para fins pacíficos como para fins militares.

A preocupação com os índios também entrou na pauta do evento. De acordo com a secretária de formação do partido Verde de Franca-SP, Ângela Maria Pimenta, os partidos verdes deveriam se interessar mais pela inclusão social e cultural dos povos indígenas do mundo todo, levando até eles um apoio pedagógico e político.
Representando os interesses da tribo dos Xavantes, localizada no Mato Grosso, o índio Gaspar Xavante, começou um trabalho semelhante em sua comunidade: "Eu sou um índio educador que aprendi a conviver bem com os brancos e faço o intercâmbio cultural entre a cidade e a aldeia", afirmou Gaspar.

No último dia do evento, uma manifestação de militantes dissidentes do Partido Verde brasileiro, chamou a atenção dos participantes ao exibirem faixas, distribuírem folhetos e fazerem discursos em vários idiomas denunciando supostas irregularidades da atual direção partidária. Os seguranças expulsaram os manifestantes das dependências do local, porém, eles continuaram os atos do lado de fora do Memorial.